Archive for maio \29\+00:00 2014

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O jogo da amarelinha

maio 29, 2014

“E, afinal, quem é que se dominava de verdade? Quem é que tinha a perfeita consciência de si, da solidão absoluta que significa nem sequer contar com a própria companhia, que significa ter de entrar num cinema ou num bordel, ou em casa de amigos ou numa profissão absorvente ou, ainda, no matrimônio para estar, pelo menos, só entre os demais? Assim, paradoxalmente, o cúmulo da solidão conduzia ao cúmulo do gregarismo, à grande solidão das companhias alheias, ao homem só na sala de espelhos e dos ecos. A verdadeira singularidade feita de delicados contatos, de maravilhosos ajustes com o mundo, não podia ser cumprida por um só lado: a mão estendida deveria receber outra mão, vinda de fora, vinda do outro”

Cortázar

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Anna Karenina

maio 28, 2014

Sou fã de Tolstói, isso é fato. Li poucos livros dele, apenas O Diabo, Felicidade Conjugal e A Morte de Ivan Ilitch, mas o escritor me acertou em cheio logo no início. Gosto do estilo dele, da forma familiar com que ele escreve, aproximando o leitor do que ele tem a dizer. É muito fácil ser fisgada por ele, principalmente porque o russo trata de assuntos comuns do nosso cotidiano, mas com uma leitura psicológica incrível, e o melhor, sem ousadia alguma em apresentar um julgamento a respeito dos personagens ou querer ser tendencioso.

Comecei a ler Anna Karenina, uma das mais longas e também mais conhecidas obras dele. A frase com que ele começa o livro já cria bastante expectativa: “Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira”. De fato, será que existem famílias iguais àquelas de comercial de margarina?! Eu não acredito! E assim também era a de Tolstói, totalmente desestruturada, com mais de 10 filhos e uma esposa muito ambiciosa, característica que contrastava fortemente o temperamento dele, que era uma pessoa desapegada de tudo que era material.

Essa história não trata apenas do adultério praticado por Anna, a personagem principal. Ela fala das convenções de uma época na qual a mulher não tinha dinheiro algum, quando há uma quebra deste conceito de “amor idealizado” do romantismo, e o negócio e a aparência são o que mais importa (não que esteja tão diferente hoje). Para quem interessar, mas achar as 800 e poucas páginas do livro um pouco demais, há um filme dirigido por Joe Wright muito bom, lançado em 2012. O trailer é este acima.

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Apenas o fim

maio 28, 2014

“Falar sobre amor é muito clichê”. “O que você acha mais importante: amor ou sexo?”. “Aliás, qual você faria primeiro?”

A vida é assim, cheia de recomeços e fins.

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Run Lola Run

maio 28, 2014

Um filme de 1998, mas que se mantém bem atual, “Corra, Lola, corra”, do diretor e roteirista Tom Tykwer, traz uma reflexão sobre a vida e a experiência humana. Neste mundo globalizado, no qual estamos sempre com a agenda cheia e correndo para atender a vários compromissos, muitas vezes deixamos passar batidos a essência de estarmos aqui, os detalhes, o que realmente importa. A impressão que dá é que estamos sempre em busca de objetivos que nem ao menos foram traçados por nós, mas sim sugeridos por esse universo que aposta corrida com os ponteiros.